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Pouco por mim

sábado, 30 de junho de 2018

Em meio a confusão dos dias
Entre uma ducha rápida e a saída apressada para mais um compromisso
Meus olhos se esbarraram entre eles pelo espelho
Cansados
São semanas prolongando-se entre lágrimas
Que teimam em cair cada vez que lembro de mais uma perda...
Os fitei..
Olhei para dentro de mim
E meus olhos pediram, mais uma vez, socorro
Dei por mim que somente eu poderia ajudá-los
Somente eu poderia ajudar-me
É mais uma desilusão
É mais uma decepção
Outra vez que vejo minha essencia esvandido-se
Meus olhos me culpam
Sim, a culpa é toda minha
A entrega é demasiada
É antecipada
Precipitada...
E as dores ficam em meu corpo
Então percebo o quão pouco tenho me amado
O pouco amor que tenho oferecido aos meus olhos
Aos meus lábios, beijando outros labios vazios...
Ao meu corpo, ao entregá-lo a outro corpo... que é apenas um corpo
Meus olhos me clamam por ajuda
Cansados de chorar
Exaustos de decepções
E eles me dizem o quão pouco tenho feito por mim
O quão pouco tenho dado amor ao meu próprio amor
Está na hora de descansar e, mais uma vez, começar tudo outra vez
Mas agora colocando-me à frente
Nenhum amor oferecido por outro pode ser tão mais importante do que aquele
Que deveria ter pelos olhos que se estão fitando ao espelho
Nenhuma dor pode ser maior que meu sorriso
Arrumo-me e sigo para meu próximo compromisso
Os olhos não ficaram presos ao espelho com aspecto entristecido
Como já era de costume
Os trouxe comigo
Assim como a certeza de que eu posso fazer dias melhores para mim


Em algum lugar do mundo
13h31
30/06/18